Entrevista: Gustavo Henriques (Portal Dia de Rock Baby)

gustavo henriques

Gustavo Henriques me chamou a atenção não só por ser um músico muito legal e sua banda ter um som bem trabalhado, ele me chamou atenção por todo o seu trabalho no meio musical. Além de vocalista da banda Piloto De Fuga, ele é o CEO do portal Dia de Rock Baby e trabalha na agência PlayCorp que ano passado levou através de um concurso a banda independente GIN para tocar na virada de ano da Avenida Paulista.

Falamos sobre o formato do portal (podcast), a cena musical em São Paulo e o concurso da virada Cultural. Então, confira na íntegra a entrevista e tome nota para boas oportunidades 0/

Geração Y: Gus, atualmente você tem um portal que traz diversos assuntos dentro da música num formato muito de vocês, através de podcast “RockCAST”, entrevistas e posts que não vejo em outros. Qual foi a ideia inicial do portal?

Gustavo: Eu sempre gostei muito de música, praticamente tudo que eu faço na vida tem algum pé lá, e se ainda não tem, vai ter. O portal Dia de Rock Baby surgiu justamente como um espaço para eu publicar na web conteúdos musicais fanfarrônicos meus e de amigos. 

Hoje, o principal conteúdo do blog é o podcast, Dia de Rockcast, que vai ao ar, por enquanto de 3 em 3 semanas e que tem como meta falar sobre música (mainstream e underground) de forma descontraída. Gosto de dizer que o Rockcast é como uma conversa de bar sobre assuntos diversos ligados a música, no qual a gente fala besteira e fica aumentando e baixando o volume do rádio para mostrar um som para a galera.

Amo produzir o podcast e a ideia de criar o programa surgiu, após ouvir muitos caras que mandam muito nessa mídia, como por exemplo, a galera do Jovem Nerd, MRG, Rapaduracast, Papo de Gordo e Radiofobia. Todos eles têm em sua estrutura o humor, e eu sentia que poderia fazer algo com essa mesma pegada, mas ligado à música. Resultado, estamos no episódio 25 e sem previsão para parar. 

Geração Y: Como você enxerga hoje a cena musical em São Paulo?

Gustavo: Ela está felizmente voltando a crescer. As bandas autorais estão cada vez com mais espaço e os músicos estão começando a entender que para se destacar ele tem que ser MUITO profissional.

A banda Project 46 é um ótimo exemplo, eles são um grupo que sempre investiu no seu som, na sua imagem, tem uma postura extremamente profissional quando vão se apresentar, e graças a todo esse trabalho, conseguiu sair do underground para os palcos do Rock In Rio. Ficar em casa esperando que o sucesso caia do céu não existe. Outra coisa bacana são os coletivos musicais que estão surgindo e crescendo como, por exemplo, a Gang da 13, que é um grupo de bandas de SP que entendeu que os músicos têm que estar unidos. Sozinho ninguém cresce. 

Geração Y: Você deve receber muitos materiais de bandas, o que te chama a atenção?

Gustavo: Bandas que tentam de verdade fazer um som original. Quando o músico é capaz de absorver todas as influências musicais e do cotidiano e sintetizar isso musicalmente, é aí que está o ouro. 

Geração Y:  Você além de ter a banda, ter o portal trabalha numa agência de publicidade onde participou e fez um festival ano passado para uma banda tocar na virada da Av. Paulista. Conta um pouco como foi a experiência e as responsabilidades assumidas?

Gustavo: Foi uma experiência animal. Tudo começou na verdade quando idealizei a batalha das Bandas no evento Rio Harley Days em 2013, lá mais de 600 bandas se inscreveram e eu pessoalmente fiz questão de ouvir todos os sons para determinar as 20 bandas que iriam para a fase eliminatória. Naquele ano a banda Coyotes, diretamente do Paraná, levou o caneco. Depois daquele dia, poder trazer esse tipo de experiência para músicos sempre virou um objetivo. 

Ano passado a oportunidade rolou com o concurso de bandas que fizemos com a Buzzshow, e acho que uma coisa que foi muito especial para as bandas que foram para a final, foi a possibilidade de tocar seu som ao vivo para o João Marcelo Bôscoli e o Tatola, afinal de contas, não é todo dia que você consegue uma opinião olho no olho de caras como eles. 

A banda Gin mandou benzaço, nos conquistou no júri e foram para a Paulista fazer um show para 2 milhões de pessoas. Chupa Kiss rs. Os caras eram só alegria né. 

Confira como foi a participação da banda no evento aqui!

Geração Y:  O que mais chamou a atenção de vocês em relação a banda que venceu, no caso a GIN?

Gustavo: Os caras são bons e tocavam com muita vontade. Quando fui ouvir o som deles para me preparar para avalia-los no júri, eu particularmente não tinha ficado muito animado quando vi o clipe, falei isso para os caras no dia, mas ao vivo foi outra coisa, muita energia, muita técnica e muita seriedade.

Geração Y: Como músico quais são as principais dificuldades que tem sentido em fazer a banda “dar certo” e viver dela?

Gustavo: Como eu disse anteriormente, a banda precisa ser MUITO profissional e isso demanda muito esforço, o que demanda muito tempo. Então para viver de música na verdade você tem que ser um empreendedor, tendo sua banda como seu negócio, e todo o empreendedor tem que ralar absurdamente, e aguentar um tranco pesadíssimo para poder chegar lá. 

Geração Y:  Uma cena musical forte e unida precisa do que?

Gustavo: Profissionalismo e humildade. O que mais me deixa puto são esses caras que ficam promovendo suas bandas em tudo quanto é rede social, mas não param 5 minutos para ouvir o som dos outros. Se você leitor já fez isso, shame on you.

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