Entrevista – Rike (NDK e A cena vive SP)

rike

Rike é outro grande amigo que a música me deu, nos conhecemos logo no início da Geração Y, onde fizemos uma campanha para conhecer uma banda nova e oferecer nosso serviço por um mês. A banda até então chamada de No Ducky ficou em segundo lugar, mas isso com certeza não foi um empecilho para estreitarmos parcerias e de lá para cá muitas coisas boas aconteceram.

Confira a entrevista com ele que hoje está à frente do movimento “A cena Vive SP” e é o front man da banda NDK! Falamos sobre a cena independente, o trabalho de marketing e planejamento da banda, e o formato “Cover X Autoral”, quem sabe você não consegue ter algumas ideias bacanas para o seu projeto, não é mesmo? 0/

Geração Y: Acompanho a banda desde 2011 e consigo enxergar um GRANDE crescimento desde musical como na postura de vocês. Você também enxerga dessa forma na NDK? 

Rike: Enxergo sim Pri. Exatamente de uns 4 anos para cá começamos a trabalhar diferente dentro do NDK. Focamos toda a nossa energia para o projeto e envolvemos mais pessoas na equipe, como o Julio Salinas da “Seta Reta – Gerenciamento Artístico” que nos auxilia na gestão de carreira da banda, e mais recentemente o pessoal da Agência Misto, que cuida da nossa Assessoria de Imprensa e imagem. Mas de qualquer forma, obrigado pela colocação 😉

Geração Y: Por que a mudança (abreviação) do nome da banda?

Rike: Tínhamos um grande problema com o No Ducky por ser um nome “em outra língua” e ter uma dicção difícil. Considerando isso e considerando o fato do “NDK” sempre ter rolando entre nós, achamos que era o momento certo. Temos a vontade de atingir um grande público ainda não conhecido por nós, e acreditamos que o NDK vai ter uma aceitação melhor nesse sentido.

Geração Y: Atualmente todos da banda vivem através do trabalho dela?

Rike: Vivemos do trabalho do NDK e de outros meios ligados diretamente ou indiretamente na música. Por exemplo: Nosso guitarrista Chapola é produtor musical e proprietário de um estúdio musical aqui em Jundiaí/SP, o Chapola Studio. Nosso batera Marcola é editor e começou a produzir material para outros artistas e empresas. O Mizão, bassman, acabou de abrir um estúdio de tatuagem aqui na cidade também, que se funde com o novo espaço de escritório da banda, a “NDKcasa”. Estamos tentando colocar a banda como nosso projeto de vida mesmo, pensando um pouco além de “só uma banda”.

Geração Y: Qual foi o momento em que a chave virou e vocês realmente entenderam qual caminho poderiam seguir para conseguir viver da música?

Rike: Existem aqueles momentos na vida em que você “chega no limite”. Acho que isso é muito pessoal e varia muito de banda para banda, mas isso é perceptível dentro do clima e do momento da banda. Às vezes o pessoal camufla isso e segue, mas uma hora “da problema”.

Tem que ser conversado e encarado de forma natural. Os problemas financeiros começam a pintar, os compromissos em casa começam a ficar mais pesados. Somos músicos, mas somos iguais a qualquer outro trabalhador por aí. A chave vai virando diariamente e temos que ir achando caminhos e criando possibilidades para seguir na nossa missão da música. 

Geração Y: Vocês são bem conhecidos pelo interior através das festas universitárias que participam e se apresentam. Como você vê a relação de shows nesse formato (onde muitas vezes são tocadas mais músicas covers do que próprias) com o formato dos shows autorais?

Rike: Não temos nenhum problema com o cover, na verdade somos muito gratos a “ele”. Aprendemos muito sobre o palco e sobre a estrada tocando músicas de outros artistas e como você disse, ainda fazemos as grandes festas universitárias hoje em dia.
A grande sacada nisso tudo é você conseguir usar as armas que tem ao seu favor. Em todos esses shows para a galera das faculdades fazemos questão de tocar nossas músicas autorias. No “pós e no pré show”, sempre divulgamos nossas músicas de trabalho em: Rádios das cidades, Pocket shows nas universidades, e no próprio boca a boca com o pessoal presente nas festas.

Vem funcionando muito bem para nós e cada vez mais temos espaço para preencher o show todo com as nossas músicas, que é o grande objetivo do momento pós lançamento do disco “NDK”.

Geração Y: Se fosse viver apenas de música autoral, hoje vocês já conseguiriam?

Rike: Conseguiríamos sim. Perderíamos alguns bons cachês, mas nos manteríamos com as parcerias e projetos paralelos que a banda leva. A grande questão é que na visão do NDK, todo novo trabalho precisa ser melhor do que um antigo trabalho. E isso é ótimo. O único problema é que tudo no mundo tem um custo e conforme você vai fazendo coisas mais legais e mais inovadoras, normalmente o custo vai crescendo e aumentando junto.

Se você tem mais verba para investir no mês, você consegue fazer mais coisas e dar alguns passos a mais, se tiver menos, só faz algumas coisas e outras “ficam travadas”. Acho que cada banda tem que sentir o seu momento e de alguma forma tem que fazer esse dinheiro aparecer com o seu trabalho e com a sua música. Aí vai da possibilidade, do momento, da posição e das ideias de cada uma 😉

Geração Y: Qual a maior dificuldade que você enxerga hoje na cena independente para conseguir mais espaço e se sustentar do som próprio?

Rike: Da mesma forma que a internet e esse novo momento da música trouxeram uma exposição ótima para todos os artistas, veio junto um número imenso de bandas, cantores, bloggers, youtubers e por aí vai. Na minha visão, a grande problemática para a maioria das bandas é o seu público. Ou a falta dele. Você tem que construir a sua base de fãs e ter essa galera colada em você diariamente. Só assim vamos conseguir lotar os espaços de shows e com isso, nos sustentar com o som próprio.

Geração Y: Como surgiu a ideia de assumir a frente do projeto A Cena Vive SP?

Rike: Na verdade não estou a frente não, estou ao lado de vários outros músicos e produtores do meio musical do nosso Brasil para tentar empurrar a nossa cena independente para lugares maiores e antes não explorados por todos nós. Quando fomos para o RJ, em fevereiro desse ano para gravar nosso novo CD, tive a felicidade de conhecer o produtor musical “Felipe Rodarte”, que é um dos administradores da Toca do Bandido, estúdio que gravamos. Ele sim é um dos pioneiros e está à frente desse projeto fantástico que começou a ganhar força em todo território carioca. Conversando com ele sentimos a necessidade desse movimento ser maior, talvez com âmbito nacional. Nos disponibilizamos para fazer essa correria em SP, e junto com diversos amigos surgiu o “braço” #ACENAVIVESP.

Geração Y: A cena realmente vive?

Rike: É ela que me mantém vivo e respirando música 24 horas por dia. Portanto ela vive mais do que nunca. Somos nós que fazemos a nossa cena, portanto, vamos trabalhar 😉

Geração Y: Qual dica você daria para bandas que estão começando ou estão trabalhando firme em relação a divulgação e marketing musical?

Rike: Eu realmente diria para a gente dividir a banda em 2 momentos: O primeiro seria o momento da criação, o momento artístico, o momento musical. Tudo que a banda puder fazer para estimular isso em todos os integrantes é muito válido. Estudar música, tocar juntos o maior número de vezes, ensaiar muito e por aí vai.

O segundo momento é a banda/empresa. Sim! Toda banda é uma empresa e deve ser pensada dessa forma também. Temos que trabalhar o nosso Marketing, nossa imagem, nossos apoiadores, nossas mídias. Temos que criar relacionamentos, viver o mercado. E digo mais, como qualquer outra instituição, precisamos de dinheiro. Não devemos ter medo disso e sim encarar de frente e criar possibilidade e oportunidades para vivermos da música dignamente.

Se quiser bater um papo com o Rike, siga-o nas redes sociais:

Facebook –  Twitter e Instagram -> @rikendk

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